terça-feira, 28 de outubro de 2014

                                            bichon frise









Bichon frisé é uma raça canina cujas origens permanecem incertas, apesar de se especularem que o barret e o maltês estejam envolvidos nos cruzamentos que geraram seus exemplares. Bastante parecida com a poodle, foi com esta cruzada durante anos





Características do Bichon Frisé

  • Nível de energia : Muita
  • Exercício : Pouco
  • Brincalhão : Muito brincalhão
  • Nível de afeição : Muito apegado
  • Amigável com outros cachorros : Muito amigável
  • Amigável com outros animais de estimação : Muito amigável
  • Amigável com estranhos : Muito amigável
  • Fácil de Treinar : Difícil
  • Cão de Guarda : Sim
  • Habilidade de proteção : Não muito protetor
  • Cuidados com a aparência : Cuidados frequentes
  • Tolerância ao frio : Média tolerância
  • Tolerância ao calor : Média tolerância

Saúde

Apesar de ser pequeno, o Bichon Frisé é um cão ativo que precisa de exercícios diários. A pelagem estilo puff precisa de escovação todos os dias e tosa todo mês para mantê-la bonita. Não é um cachorro que pode viver fora de casa.Expectativa de vida: 12 a 15 anos,


Origem

Nascido durante o Renascimento italiano de um cruzamento entre o Bichon Maltês e outros pequenos cães, entre eles e o Poodle, esse cão foi o animal favorito de Francisco I. Engraçado e muito inteligente, destronou o Poodle nos salões no século XVII. Ele está na origem do verbo bichonner, que em seu sentido primitivo, em francês, significa "frisar os cabelos". Uma conhecida representação pode ser vista em Bilet doux, do pintor francês Fragonard. A popularidade que conheceu o Bichon Frisé na Espanha, particularmente durante o século XIX, foi tal que se criou uma raça espanhola, e esse cão de salão foi durante muito tempo chamado de Tenerife.





quinta-feira, 31 de julho de 2014

                                                     Pastor australiano
















  

Informações gerais

Pastor Australiano (Australian Shepherd)

TAMANHO
Macho: De 51 a 58 cm.
Fêmea: De 46 a 53 cm.
PESO
Macho: De 20 a 25 kg.
Fêmea: De 20 a 25 kg.
PERFIL
Cão muito ágil e sólido; as fêmeas são nitidamente menos maciças que os machos.
TEMPERAMENTO
Inteligente e dotado de bom temperamento.
Esse cão de inteligência viva tem forte instinto para conduzir o rebanho. Cheio de energia, o Pastor australiano pode trabalhar o dia todo. Raramente se mostra briguento. De temperamento equilibrado, esse excelente companheiro é muito afetuoso e inteiramente devotado aos donos. Ele é reservado com estranhos.

Características do Pastor Australiano | Australian Shepherd

  • Nível de energia : Alto
  • Exercício : Muito
  • Brincalhão : Muito brincalhão
  • Nível de afeição : Muito apegado
  • Amigável com outros cachorros : Amigável
  • Amigável com outros animais de estimação : Amigável
  • Amigável com estranhos : Tímido
  • Fácil de Treinar : Difícil
  • Cão de Guarda : Sim
  • Habilidade de proteção : Muito protetor
  • Cuidados com a aparência : Moderado
  • Tolerância ao frio : Média tolerância
  • Tolerância ao calor : Média tolerância

Saúde

Essa raça precisa de uma boa caminhada por dia, preferencialmente combinando exercícios físicos e mentais. Apesar de fisicamente poder viver fora de casa, é uma raça na qual o contato humano é tão vital que emocionalmente não deve ficar fora de casa. Idealmente dividirá seu tempo entre dentro de casa e o quintal. A pelagem precisa de escovação uma a duas vezes por semana. Expectativa de vida: 12 a 15 anos.

Origem

Esse Pastor, embora de origem australiana, pode ser considerado como totalmente de raça americana. Primo do Kelpie e do Boiadeiro Australiano, esse cão, importado da Austrália, foi de fato selecionado na Costa Oeste dos Estados Unidos, na Califórnia, há mais de meio século. O Australian Shepherd revela-se muito ativo e maleável durante a guarda tanto de carneiros quanto de bovinos, que sabe guiar na direção dos cercados, emitindo por vezes um grito muito particular, entre um latido e um pio. Os exemplares de tamanho pequeno são os mais procurados, pois sua agilidade é maior quando se trata de trazer de volta o rebanho.

Fotos do Pastor Australiano | Australian Shepherd









domingo, 8 de junho de 2014

Informações gerais

Lapinkoira (Suomenlapinkoira, Cão Finlandês da Lapônia)

TAMANHO
Macho: De 46 a 52 cm.
Fêmea: De 40 a 46 cm.
PESO
Macho: Por volta de 25 kg.
Fêmea: Por volta de 25 kg.
PERFIL
Cão de constituição robusta em relação ao tamanho.
TEMPERAMENTO
Obediente e calmo.
Por muito tempo utilizado como cão de guarda e como guardião de rebanho, esse cão é também um agradável cão de companhia. Inteligente e independente, é fácil de ser adestrado. O Lapinkoira tem a cabeça um tanto larga, com stop bem marcado, olhos de tom castanho-escuro em harmonia com a pelagem. O comprimento do corpo passa ligeiramente da altura da cernelha. A cauda, de comprimento médio, implantada um tanto no alto e muito densa, pode apresentar um gancho em forma de "J". A pelagem é comprida e espessa; a subpelagem, fina e apertada. Todas as cores são admitidas com predominância de cor de base.

Características do Lapinkoira




  • Nível de energia :
  • Exercício :
  • Brincalhão :
  • Nível de afeição :
  • Amigável com outros cachorros :
  • Amigável com outros animais de estimação :
  • Amigável com estranhos :
  • Fácil de Treinar :
  • Cão de Guarda :
  • Habilidade de proteção :
  • Cuidados com a aparência :
  • Tolerância ao frio :
  • Tolerância ao calor :

Saúde


Origem

Há séculos, o Lapinkoira, de instinto de guarda muito desenvolvido, é um precioso auxiliar dos humanos na vigilância dos rebanhos de renas. No começo chamado de Cão da Lapônia, ele recebeu seu atual nome em 1993.






sexta-feira, 6 de junho de 2014

                           maltes







Muito marcado, fazendo um ângulo de 90 graus.
Maltês

A charmosa Anne

Dentes: as arcadas dentárias articulam-se perfeitamente e os incisivos fazem a oclusão em tesoura. Os dentes são brancos, bem desenvolvidos e numericamente completas.
Olhos de tamanho maior do que seria normal, abertos. de contorno tendendo ao redondo, pálpebras bem ajustadas, de inserção frontal aflorante, um tonta ressaltados, jamais profunda. De cor ocre carregado e a orla das pálpebras preta. Vistos de frente, o esclerótica deve permanecer oculta.
Maltês

Orelha

De formato tendendo ao triângulo em torno de 33% do comprimento. Inserção alta, acima das arcadas zigomáticas, portadas pendentes, caídas rente às faces. Pouca mobilidade.
Maltês

Linha Superior

Reta, até a inserção da cauda.

Cernelha

Ligeiramente acima da linha superior.

Cauda

Inserção no alinhamento da garupa, é grossa na raiz, terminando em ponta. Comprimento em torna ate 60% da altura no cernelha, formando uma grande curva, cuja ponta recai sabre a linha central da anca, tocando a garupa. A garupa fazendo uma curva lateral para um dos lados do tronco, é tolerada.

Nossa valente Ariane

Pelagem

Simples, sem subpêlo, densa, de textura sedosa, brilhante, caindo pesadamente e bem longa em todo o corpo, permanecendo lisa ao longa da linha superior, sem indício de ondulação ou encaracolamento. No tronco, o comprimento do pêlo ultrapassa o da altura na cernelha e cai, pesadamente, no solo como um manto bem assentado sabre o tronco, o qual deve modelar, sem dividir-se nem formar tufos ou mechas. Os tufas ou mechas são admitidas nos membros anteriores, desde o cotovelo e, nos posteriores, desde o joelho abaixo até as patas. Na cabeça, a pelagem é bem longa, tanto na cana nasal, onde se confunde com a barba, quanto no topo do crânio, de onde cai, até mesclar-se com a das orelhas. Na cauda, os pêlos caem de um só lado do tronco, quer dizer, sobre um dos flancos e sobre a coxa, o comprimento alcança os jarretes.

Cor

Branco puro, admitindo-se o marfim pálido. Traços de laranja pálido, sob a condição que pareçam pêlos sedosos, são admitidos, mas indesejáveis, constituindo, portanto, uma imperfeição, dando a impressão de pêlos sujos. Não são admitidas as manchas definidas, ainda que pequeníssimas

Talhe

Altura para as machos 21 a 25cm no cernelha.
Para as fêmeas de 20 a 23cm. Pesa - de 3 a 4 quilos.
Beleza à parte, o temperamento do Maltês se destaca por vários atrativos: Interação com o dono, estabilidade emocional, comportamento higiênico e sociabilidade com a família, com visitas e com outros cães dentro de casa, além de moldar o comportamento aos desejos do dono. Motivos pelos quais esta raça atingiu uma popularidade nunca antes vista no Brasil.
O Maltês é uma das mais antigas raças conhecidas pois já se conhecia sua presença desde o XIV século, no Egito.
Você leva uma vida calma e quer um pequeno cão peludo que seja a sua cara? Compre um Maltês. Agora, se você é uma pessoa superativa e quer um pequeno cão peludo que seja a sua cara, compre um Maltês! A verdade é que entre as raças de porte diminuto e pelagem vasta ele é o campeão absoluto em se amoldar ao estilo do dono.
Caso more em um lugar sossegado, com pessoas que levem uma vida pacata, será o retrato fiel dessa tranqüilidade. Por outro lado, se o lema for agitação e atividade, numa casa onde crianças pequenas transpirem o ritmo inesgotável da infância ou mesmo adultos que vivam na correria exaustiva do mundo moderno, eis um cão a todo vapor, disposto para brincar e correr o dia todo. O Maltês incorpora o pique dos seus donos.
O Maltês fica do jeito que você quiser, assimila por completo o mundo em torno dele, essa flexibilidade da raça é a grande responsável pela satisfação dos novos proprietários. Nunca há reclamação daqueles que optam por comprar um Maltês.
Fonte: www.canilchieldrensp.com.br
Maltês
Maltês

Tipo de Pêlo

Comprido e lustroso, basto e pesado. Admitido nas cores branco puro ou marfim-claro.

Temperamento

Inteligente e discreto, bastante amigo do dono.
Proveniente da Ilha de Malta, especula-se que terá sido levado para lá pelos fenícios (estamos então no ano 500 a.c.). Ao longo dos anos o donos foram apurando o seu sentido estético admitindo-se agora um pêlo bastante comprido (cerca de 22cm), branco e muito sedoso. No que respeita ao seu comportamento, o Maltês tem a excelente característica de adaptar-se e copiar o ritmo de vida do dono. Se o dono é bastante activo o Maltês também o será, porém se for calmo o Maltês adopta um comportamento tranquilo.
Esta capacidade de absorver o meio onde é inserido tornou-o desde à milhares de anos o cão de companhia por excelência. Como o seu pêlo não sofre alterações na Primavera e Outono, a pelagem está sempre magnífica, necessitando para isso, como é óbvio, de um tratamento com escova diário.

Descrição

O Maltês é um cão de pequeno porte, de pelagem longa e branca. A sua cabeça é proporcional ao corpo, o focinho é de tamanho médio e o stop é bem definido. Os olhos são grandes, ovais e escuros, e o nariz é preto, contrastando com o branco da pelagem. As orelhas são pendentes e totalmente revestidas de pêlos longuíssimos. Possui longos bigodes e topete. Os membros são completamente tapados pela pelagem, o que não impede a movimentação da animal. A cauda é também guarnecida de uma basta pelagem, sendo mantida sobre o dorso.

Observações

Ao contrário de outros cães, a pelagem da Maltês não sofre alterações na altura da muda do pêlo, isto é, na Primavera e Outono, mantendo-se densa e bela durante o ano todo.
Fonte: animais2.clix.pt
Maltês
Maltês
Acredita-se que essa raça originou-se na ilha de Malta. Ainda alguns querem crer que ela provém da Dalmácia, mas de qualquer maneira ela foi desenvolvida e aprimorada na Itália através de cruzamentos com spaniels e miniaturas poodles. Existem 2 variedades de cão maltês, distintas na pelagem: o maltês propriamente dito e o maltês de pêlo frisado.
A cabeça é bem proporcionada, com um crânio largo e achatado e cocuruto bem marcado. Os olhos são vivos e escuros, e as orelhas pendem dos lados da cabeça. Tem membros curtos e retos e os pés redondos. A cauda permanece sempre erguida.
O maltês tem pêlos compridos e brilhantes, que chegam até o chão. O de pêlo frisado tem pelagem fina e sedosa, formando pequenos caracóis. Ao contrário de muitos cães de pequeno porte, o maltês é tranqüilo e pouco barulhento. Inteligente e sensível, ele freqüentemente é usado em circos.
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnívora
Família: Canidae

Características: (cão maltês)

Comprimento: 18 a 25 cm
Peso: 2 a 4 kg

(Maltês pêlo frisado)

Comprimento: 25 a 30 cm
Peso: 3 a 4 kg
Fonte: www.achetudoeregiao.com.br
Maltês
Maltês
Uma das mais antigas raças de colo, o Maltês é popular entre homens, mulheres e crianças. Alegre e saudável, este pequenino cão vive por muitos anos e é um pet adorável. Extramente popular, o Maltês já foi tema de quadros de vários pintores famosos, como o espanhol Goya, por exemplo.
De porte pequeno, não precisa de muito espaço no lar. Adapta-se bem a uma carga média de exercícios. O principal cuidado que esta raça requer é no que se refere à sua pelagem, que é longa e pede escovação diária.
Maltês
Maltês
Membro da família do Bichon, este pequenino cão branco é uma das raças européias mais antigas. Sabe-se que o Maltês viveu por séculos na Ilha de Malta.
Mas no relato de um historiador grego datado do ano de 25 d.C. é possível identificar exemplares semelhantes ao Maltês nascidos na Sicília, Itália.
Maltês
Maltês

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Origens da Raça Bulldog Inglês

Graças a seleção em certas regiões do Oriente se obteve uma variedade cão de tamanho gigante detentor de uma potente cabeça e um focinho mais curto com relação a cabeça que nos cães mais antigos de lobo, os spitz.
Os primeiros exemplares de Molossos eram cães de tamanho gigantesco,ossos grandes muito fortes.

Dotados de um força incomparável e um valor ilimitado.
Surgiram em diversos países do Oriente. Em meados do Século VI a.C. foram introduzidos no continente Europeu, inclusive as Ilhas Britânicas pelos hábeis e instruídos navegantes mercadores Fenícios que havíam estabelecido uma florescente rede de rotas comerciais.
Estes Mastins que eram muito procurados por sua guerreira ferocidade e por seu insuperável valor, foram mesclados com os cães locais e os Britânicos desenvolveram uma espécie de molossóide chamado de "PUGNACES BRITANNI" de extrema ferocidade que foram utilizados pelos habitantes da Ilha para lutar contra os invasores Romanos .
Apesar de estarmos muito longe do atual Bulldog Inglês conhecendo os feitos extraordinários que estes molossos lutadores concretizaram poderemos entender com foi sendo forjado a têmpera e a história do cão que acabou por se tornar o símbolo e orgulho de uma nação.

Histórico da Raça

Bondogge ou Bolddogge, mais tarde Banddogge, várias palavras foram usadas para nomear esta raça antes de chegar ao nome Bulldog.
"The time when screech owls cry and Banddogges howl and spírits walk and ghosts break up their graves." foi mencionado por Willian Shakespeare (1564-1616) no ato 1, cena VI da peça teatral Henrique VI.
Mas muito antes de Shakespeare, no reinado de Henrique II, meados do ano 1133, havia o costume de organizar lutas de cães contra touros, e na época de João Sem Terra a primeira notícia certa é registrada no Survey of Stamford que narra como sob o reinado de João Sem Terra, no ano de 1209, o Senhor da cidade, Lord Stamford passeando pelas muralhas de seu castelo viu a dois touros lutando pela posse de uma fêmea. Os cães de um açougueiro do local precipitam-se sobre um dos touros, seguiram-no pelas ruas do povoado e o abateram após uma luta feroz.
Lord Stamford gostou tanto do espetáculo que fez a doação do campo aonde havia se iniciado a luta para o Grêmio (Sindicato) dos Açougueiros, desde que, como condição, a cada ano no dia antes das seis semanas que precedem o Natal, o Sindicato fizesse realizar alí um combate similar ao que observara. Denominado por BULL-BAITING, esses combates entre os cães dos açougueiros e os touros furiosos se tornaram muito famosos e populares na Inglaterra.No auge da popularidade este esporte, no qual se apostavam vultosas somas de dinheiro, teve árduos defensores, tanto da nobreza como entre os deserdados. Espalharam-se arenas destinadas para este espetáculo, cujos os vestígios existem até hoje na Inglaterra.
Bulldog Inglês
Anos de seleção para ferocidade e coragem tornaram o bulldog um animal obsessivo por luta e sangue. O touro era amarrado pelos chifres por uma corda de 23 metros de extensão a uma estaca no centro de uma arena em forma de círculo e defendia-se com os chifres tentando cornear o abdome do cão, que desenvolveu a tática de rastejar para proteger-se dessas investidas. Muitos Bulldogs atingidos eram lançados para o alto e, os Bullots (os donos dos cães) amorteciam a queda com seus aventais de couros (típicos dos açougueiros) ou utilizavam estacas de bambu para fazer o cão rolar em segurança até o chão, pois mesmo feridos e em alguns casos com as vísceras expostas, estes cães retornavam para a luta, afinal havia apostas em jogo.
Os Bulldogs foram os cães mais adequados para a luta pois, além de tenacidade e uma extrema ferocidade, eram possuidores de uma incrível resistência à dor, além disso o ataque era dirigido para o focinho do Touro, ao qual mantinha preso até que a besta, ensangüentada e exaurida pelas vãs tentativas de livrar-se do cão, caía subjugada.
Observa-se, em gravuras antigas, que algumas outras variedades de cães, mais focinhudos como os Spitz, foram testados neste esporte, estes demonstraram uma performance muito inferior ao Bulldog quanto ao desempenho, porque enquanto o Bulldog atacava o focinho, outros cães atacavam o touro pelas orelhas, quando o touro girava a cabeça fazendo movimentos rotativos, arremetia estes animais de encontro aos chifres causando danos irreversíveis (eram leves e não tinham aparência de braquicéfalos molossóide).
Os Bulldogs, naquela época, apresentavam um focinho mediano, mas nunca um focinho comprido, e já apresentavam a cabeça globulosa em virtude da descendência dos Mastins Asiáticos. Comparado com outras raças, os Bulldogs apresentavam tipicidade distinta e especial, possuindo algumas características muito particulares. Sua técnica de ataque e destemor nas lutas, fizeram com que ele ganhasse domínio e fama neste cenário, tornou-se a raça absoluta e exclusiva para a prática deste esporte, que conquistou ilustres personagens da Nobreza Inglesa Os Reis: Jaime I, Ricardo III e Carlos I. A Rainha Isabel I que era apaixonada pelo Bull Baiting, proporcionava este espetáculo como parte dos entretenimentos das recepções oferecidas aos Embaixadores e Monarcas dos Reinos vizinhos. Em 1795 na cidade de Liverpool realizaram um espetáculo de Bull Baiting num dique seco e quando acabou a luta abriram as compotas de água fazendo submergir todos: vencedores e vencidos. Com o passar dos séculos, buscou-se potencializar cada vez mais o físico e o temperamento destes cães, de formas a melhorar o desempenho nas lutas, isto acarretou uma progressiva mutação física, que resultou por fixar geneticamente anomalias que tornaram o cão mais adequado para o Bull Baiting. Patas tornaram-se curtas para rastejar melhor e assim poder esquivar-se com mais eficiência dos chifres, um recuo acentuado do focinho proporcionou um aumento do prognatismo, o que resultou numa mandíbula poderosa, um mecanismo para morder cuja a força e poder o próprio cão desconhecia.
As dobras das rugas, ao redor das narinas, facilitavam o escorrimento do sangue do touro, de modo a não impedir a respiração por obstrução. O cão podia manter-se preso ao touro por muito tempo e permanecer respirando sem dificuldades. Os mais resistentes à dor, os mais destemidos e ferozes, eram separados seletivamente para a reprodução. Gerações e gerações foram acentuando o perfil de um cão que ganhou, nos quatro cantos do mundo, a fama de ferocidade inigualável. Esta seleção permitiu obter, através dos séculos , um cão com características físicas e psíquicas excepcionais. Se obteve um cão de força extraordinária em relação ao seu tamanho. No Bull Baiting que se viu durante os séculos, um cão por vez enfrentava ao Touro e a aposta girava em torno do tempo que o cão levaria para abater o adversário. Mas, isto foi sendo modificado com o passar do tempo. Se em séculos mais remotos o cão deveria enfrentar e abater o adversário no menor tempo possível , depois, o número de Bulldogs na luta foi sendo aumentado e as apostas, que sempre acompanhavam os Bull Baiting, se faziam agora sobre qual seria o primeiro Bulldog a que lograria o êxito de morder a cabeça do touro e manter-se firmemente preso à ela.
Com a evolução do pensamento e refinamento da civilização, tornaram-se os Ingleses conscientes da carnificina injustificável que este esporte representava, o que não era mais admissível nestes novos tempos, passando a configurar como uma exposição de barbárie. Após muita polêmica e debates, a oposição se fez tão forte que, em 1835 se chegou a promulgação de uma lei na qual todos os combates entre animais foram proibidos.
A raça ficou nas mãos de bandidos, dos indivíduos marginais e mal intencionados, que promoviam e mantinham as rinhas na clandestinidade. Paralelamente os autênticos amantes e entusiastas começaram a selecionar a raça para resgatá-la deste triste quadro.
Bulldog Inglês
A raça não era remunerativamente interessante, o amor por ela e por este patrimônio genético que estava para se perder, sob o risco de extinção, motivou esta reação. As subsequentes décadas foram utilizadas, agora para promover o caminho inverso na seleção do temperamento, um ser extremamente perigoso preparado para lutas deveria despir as vestes da ferocidade e ficar livre da má fama da malignidade. Os verdadeiros amantes da raça iniciaram um paciente trabalho de triagem para a seleção dos cães, que apresentassem um temperamento equilibrado, dócil e seguro. E através da seleção destes espécimens, realizou-se o aprimoramento do temperamento, que utilizava a herança genética como meio de transmitir e fixar aos descendentes o bom temperamento. Tornando-se a raça segura e adequada ao convívio civilizado.
Neste empenho, foram impedidos para a reprodução, todos os cães agressivos, neuróticos ou inconstantes. Estes foram sistematicamente rejeitados em favor dos exemplares seguramente de boa índole.
temperamento do Bulldog foi sendo gradativamente re-moldado, até o surgimento do atual indivíduo, propício para conviver na sociedade sem oferecer a mínima possibilidade de riscos. Foram muitos anos de dedicação calcados sobre um trabalho admirável e idealista.
Bulldog Inglês
Philo Kuon
Os Ingleses foram os pioneiros na cinofilia mundial e o Bulldog foi o centro de estudos e atenções nesta época histórica quando, em 1864, para narrar como seria o tipo de excelência no Bulldog, SAMUEL WICKENS redigiu o primeiro Standard de uma raça canina no mundo. Usou um Pseudônimo: PHILO-KUON pois naquela época era considerado 
vergonha escrever algo sobre cães.
Em 1865, um ano após a redação do PHILO-KUON, um grupo de criadores da raça Bulldog Inglês fundou o THE BULLDOG CLUB (o primeiro Club de Bulldogs que antecedeu o atual).
Bulldog Inglês
Bulldog do final so Século XX
O primeiro CLUB DE CINOFILIA DO MUNDO, que existe até hoje, chama-se THE KENNEL, foi fundado em 1873 portanto 8 anos após a fundação do primeiro Club dedicado a uma raça canina, o Bulldog.
O THE BULLDOG CLUB (O primeiro Bulldog Club) encerrou as atividades e, em 1875 foi fundado o THE BULLDOG CLUB INCORPORATED, que está em atividade até a presente data e coordena as atividades sobre a raça na Inglaterra, inclusive gerencía os três importantes campeonatos da raça: CRUFTS, BULLDOG OF THE YEAR e THE BULLDOG INCORPORATED, Shows aonde só adentram à pista Bulldogs que tenham títulos de Campeão.

História do American Pit Bull Terrier

A história do desenvolvimento do Pit Bull na máquina de combate que é hoje tem início há cerca de dois séculos. Era o período do apogeu do Bulldog e a atividade predominante não era a luta de cães, mas sim o bull baiting.
Tomando o termo cães de combate num sentido mais amplo – cães de guerra, de caça pesada e perigosa e lutas contra os mais diversos oponentes – vamos recuar no tempo e tentar reconstituir a história deste grupo.
Esta tentativa não é uma empreitada simples. A documentação é esparsa e muitas vezes dispomos de apenas fragmentos de um mural para fundamentar uma linha de raciocínio.
Este breve histórico está baseado na obra de dois renomados estudiosos do tema: os Drs. Carl Semencic e Dieter Fleig. Os autores Diane Jessup e Richard Stratton foram também exaustivamente consultados.
Pit Bull
2000 AC: Os babilônios já usavam cães gigantescos em seus exércitos.
Pit Bull
1600: os cães utilizados para caça pesada, como o aurochs e o stag, eram descendentes dos grandes molossos.
1800: O bear baiting, a luta entre um urso e um Bulldog, deixou de ser prerrogativa da nobreza e tornou-se uma diversão popular. Pequenas fortunas surgiam em função das apostas e com a manutenção dos ursos. O Bulldog já era praticamente idêntico ao moderno Pit Bull.
Pit Bull
1830: O bull baiting era o entretenimento favorito das massas. O Bulldog é claramente um Pit Bull moderno, de compleição mais robusta.
Pit Bull
1850: Com a proibição do bull baiting, as lutas de cães se tornam populares. O bull and terrier, menor e mais ágil, substitui o Bulldog: está formado o Pit Bull.

Onde tudo começou: Os Molossos

Desde que a criação de cães se tornou sistemática, a transformação dos cães em especialistas numa determinada tarefa sempre foi uma meta a ser atingida. A seleção de cães até meados do século passado sempre teve como propósito o emprego do cão: pastores, guardas, caçadores dos mais diversos tipos, farejadores e o nosso grupo alvo: os cães de combate.
Sua origem é incerta, composta de fragmentos que dão margem a muita imaginação na montagem deste quebra-cabeças.
Alguns teóricos apontam esta origem para o Tibete e Nepal, como descendentes diretos do lobo preto tibetano. Esta teoria é baseada em literatura chinesa de 1121 A.C., bem como em cerâmicas, murais etc e prega que esses cães são a base de todos os molossos, expandindo-se gradualmente para outras regiões.
Outros pregam que regiões menos desenvolvidas culturalmente possam também ter desenvolvido raças similares, porém não houve registro. Migrações, rotas comerciais, campanhas militares etc teriam então difundido tais cães. Tal teoria é suportada por escavações que encontraram crânios de lobos de proporções similares aos dos atuais molossos por todo o Velho Mundo.

Cães de Guerra

Seja qual for sua origem, registros de sua atuação nos campos de batalha não faltam:
- Hamurabi, rei da Babilônia, já empregava cães gigantescos com seus guerreiros em 2100 A.C.
- Os Lídios, tribo asiática, utilizaram um batalhão de cães em suas guerras contra os Kimérios (628 – 571 A.C.)
- Os persas do Rei Kambyses também os utilizaram contra os egípcios em 525 A.C.
- Na batalha de Maratona, um cão de guerra ateniense foi imortalizado como herói em um mural.
Pit Bull
A partir de cerca do ano 100 D.C., os romanos passaram a adotar uma companhia de cães por legião. Anos antes, durante a invasão da Inglaterra, os mastiffs ingleses se mostraram muito superiores aos cães romanos, sendo trazidos para Roma e utilizados em lutas no Coliseu.
Em tempos mais recentes, os espanhóis os utilizaram no México para dizimar os povos locais; o Conde de Essex, no reinado de Elizabeth I, também lançou mão deles para sufocar, de forma sangrenta, um levante irlandês; Napoleão determinou que fossem utilizados na batalha de Aboukir.
Nas guerras deste século, os cães também foram largamente utilizados, porém não mais diretamente no combate e sim como mensageiros, guardas, detetores de minas etc. O emprego dos grandes molossos tinha acabado.
Encerrou-se, então, uma era em que a coragem e a devoção do cão a seu master foi testada como nunca. E foi comprovada na mais cruel das situações, onde coragem e bravura são requisitos para a sobrevivência:

OS CAMPOS DE BATALHA

A caça de grandes e perigosos animais
Esta modalidade de caça concentrava-se basicamente em cinco animais: aurochs, stag, bisão, javali e urso. Teve sua origem na Idade Média e durou até fins do século passado.
Pit Bull
Pit Bull
Os três primeiros eram espécies de gado selvagem. Alguns chegavam a atingir 1,80m na cernelha e pesar 700kg, sendo animais incrivelmente ágeis para o seu tamanho. Os javalis chegavam a mais de 1m de altura e possuíam presas poderosas. Os ursos atingiam 1,25m e os maiores exemplares chegavam a 350kg.
A caça desses amimais sempre foi um desafio para o homem. Tais caçadas eram tão prestigiadas que eram, por lei, reservadas a reis, nobreza e grandes proprietários de terras. Como muitos cães perdiam a vida nessas caçadas, camponeses e servos eram obrigados a criar e ceder esses cães para a nobreza.
Fartamente ilustradas, as pinturas de caçadas retratam cães bastante similares aos atuais mastiffs e greyhounds. Porém, gravuras de meados do século passado retratando caçadas de javalis na América mostram claramente o emprego de Pit Bulls de maior estrutura. Relatos de caçadas de ursos, búfalos e elefantes utilizando bull-and-terriers de 20kg podem ser encontrados no livro de George P. Sanderson Thirteen Years Among the Wild Beasts of India, de 1870.
Este tipo de caçadas, diferentemente do que ocorre com o que imaginamos como caçadas com cães (com pointers, retrievers, spaniels), exige animais com determinação, coragem e tolerância a dor excepcionais, características só encontradas nos cães de combate.

Os cães de lutas contra animais selvagens

Além do bullbaiting, que era uma atividade relativamente recente, os tenazes mastins sempre foram utilizados em combates contra os mais diversos oponentes. Os mais comuns foram leões e ursos, mas texugos e até macacos foram utilizados neste insólito tipo de rinhas.
Registros desses tipos de combate são quase tão antigos quanto seu emprego em guerras. Na verdade, parece intimamente ligado às guerras. Na mitologia grega, vemos no escudo de Aquiles a representação da vitória de seu cão sobre dois leões. O rei persa Kambyses, o mesmo que já utilizava cães em seu exército e reinou de 529 a 522 A.C., possuía um cão que iniciou um combate contra dois leões adultos. Alexandre, O Grande, rei da Macedônia de 356 a 323 A.C., foi apresentado na Índia a cães que combatiam com sucesso contra leões e mantinham a presa enquanto eram mutilados. A tenacidade dos cães era tal que o rabo, as patas e finalmente a cabeça eram sucessivamente decepados a espada sem que o cão largasse o leão. Estes são os principais relatos da antigüidade do eterno sonho de possuir um cão invencível e leal, capaz mesmo de derrotar a maior das bestas – o leão. Obviamente, fábulas e exageros foram incorporados a muitos relatos.

Luta contra leões

Passando para a Inglaterra medieval, o centro europeu de lutas de animais da época, encontramos as lutas como um dos principais entretenimentos da corte, intimamente ligado às caçadas. Aqui, a principal presa era o urso, sendo o primeiro registro histórico baseado em documentos do bear baiting datado do ano de 1050. Leões também eram ocasionalmente utilizados, pois eram um presente muito apreciado pelas cortes européias. Há um relato de que o Rei James I patrocinou uma luta entre um leão e três mastiffs no final do século XVI, dos quais um sobreviveu.
Tanto a Rainha Elizabeth quanto seu sucessor James I eram grandes adeptos dos blood sports. A rainha criava seus próprios mastins e o segundo instituiu o cargo de Master of the Game Beares, Bulles and Dogges. Eram encargos do Master todas as lutas de animais da corte, bem como a aquisição, criação e reprodução dos animais, recebendo um provento anual de 450 libras, uma verdadeira fortuna para a época. A pedido do rei, vinte fêmeas de mastiff eram mantidas na Torre de Londres como base da criação real de bear dogs.
O bear baiting logo passou a ter regras escritas e um grande número de arenas surgiu em Londres. A mais antiga de todas foi, provavelmente, o Old Bear Garden, cuja primeira referência é de 1574. Era situado bem no centro de Londres e ainda existe hoje como Bear Garden Museum.

Bear baiting

Após a subida ao poder de Oliver Cromwell (1599 – 1658), os Puritanos baniram as brigas de animais. Mais tarde, após a Restauração, os combates ressurgiram com maior popularidade ainda, encontrando mais e mais adeptos, principalmente entre as massas.
A popularidade dessas lutas só pode ser entendida como fruto da paixão dos ingleses por apostas e jogos de azar. Os espectadores apostavam se um determinado cão conseguiria pegar o urso pelo pescoço, quanto tempo manteria a presa etc. Existiam planilhas de apostas, onde eram contabilizadas tanto as performances anteriores do urso quanto as do cão. Os ursos eram criados profissionalmente no Bear Garden e os donos dos cães pagavam para lançar seus cães contra eles. Somadas aos ingressos, eram uma considerável fonte de renda, que poderiam gerar pequenas fortunas.
Ao que tudo indica, estes tipos de lutas praticamente desapareceram por volta de 1825, quando as lutas contra touros eram a atração principal.

O bullbaiting

Bullbaiting era um "esporte" que consistia em atiçar os Bulldogs contra um touro amarrado pelo pescoço para que estes pudessem derrubá-lo mordendo-o pelo nariz.

Bull baiting

Evidências da popularidade do bullbaiting séculos atrás ainda podem ser vistas em várias cidades da Inglaterra. Em certas cidades, como Birmingham e Dorchester, os nomes de algumas ruas se referem à proximidade da arena. Em outras cidades, arenas de touros estão preservadas.
Esta atividade, embora nos pareça repulsiva, era outrora bastante apreciada. Senão, vejamos:
- O primeiro registro de bullbaiting é de 1209. O Lord de Stamford, fascinado pela cena de um cão subjugando um touro no pátio de seu castelo, determinou que, a partir de então, seis semanas antes do dia de natal, um touro deveria servir de presa para os cães para que o "esporte" continuasse para todo o sempre.
- Em 25 de maio de 1559, embaixadores franceses foram recebidos pela Rainha Elizabeth com um jantar seguido de lutas de cães com touros e ursos. Gostaram tanto que repetiram a dose no dia seguinte.
- Cerca de 25 anos depois, a mesma Rainha Elizabeth recebeu o embaixador dinamarquês com cerimonial idêntico.
- O Rei James I continuou a tradição da Rainha Elizabeth, recebendo a corte espanhola no início do século XVII com uma programação especial de baiting que incluía touros, cavalos e ursos. O encerramento foi com um urso branco lançado ao Tâmisa, para que os cães o atacassem nadando.
- O Rei Charles I, filho do Rei James I, também foi um ávido adepto dos blood sports. No reinado da Rainha Ana (1665-1714), tais espetáculos continuaram a ganhar popularidade.
O bullbaiting era uma atividade tão entranhada no dia a dia que alguns distritos possuíam leis proibindo a venda de carne de boi que não houvesse passado pelo baiting. Acreditava-se que assim a carne ficava mais macia e nutritiva!
À vista das touradas, que ainda hoje mobilizam multidões, a prática de deixar um cão derrubar um touro pelo nariz pode não parecer tão cruel assim. Só que o "esporte" não consistia apenas em deixar um cão derrubar o touro antes deste ser abatido. Havia requintes de crueldade como os descritos a seguir:
- Vários cães eram utilizados, o que torturava o touro à exaustão.
- Quando o touro caía de cansado, eram acendidas tochas em baixo dele para que ficasse de novo em pé.
- Touros mais lentos ou cansados tinham seus rabos torcidos até que se quebrasse.
- Outro artifício para "tornar o touro mais ágil" era espetá-lo com lanças.
- Há um relato de que, em 1801, um touro teve seus cascos decepados. O evento foi documentado por um historiador, mas não se sabe quantas vezes essa atrocidade ocorreu ou mesmo se era comum.
- Vários cães também eram perdidos, atingidos pelos chifres do touro ou pisoteados. Cães feridos, muitas vezes com os órgãos à mostra, eram incentivados a continuar atacando, sendo invariavelmente pisoteados.
- A história mais aterradora foi a de um açougueiro, que levou uma fêmea já velha com a ninhada para o evento. Quando a cadela dominou o touro, o açougueiro decepou suas patas com um cutelo sem que ela largasse o touro. Os filhotes foram imediatamente vendidos por uma soma considerável.

O surgimento do Bulldog

Historicamente, o termo Bulldog possui dois significados. O primeiro diz respeito à aparência de um determinado cão, desenvolvido na Inglaterra na segunda metade do século XIX. O cão hoje conhecido como Bulldog inglês é, na realidade, uma distorção criada a partir de 1860, baseados no que um grupo de pessoas "achava" que era a conformação ideal de um bullbaiter. Nenhuma pintura que represente o bullbaiting mostra um animal com as deformações do moderno Bulldog, mas sim cães bastante semelhantes ao Pit Bull.
O segundo significado, muito mais antigo, é um termo funcional: qualquer cão capaz de ser efetivamente utilizado como bullbaiter. Esta é a definição que nos interessa.
Dentro desta conotação, eram Bulldogs:
- Na Inglaterra, o Bulldog propriamente dito, que evoluiu para o moderno Pit Bull;
- Na Alemanha, o mastim bullenbeisser, que resultou no boxer;
- Nas Ilhas Canárias, o bardino majero, ancestral do presa canário.
Pit Bull

Seja qual for a definição, é aceito que o Bulldog derivou dos mastiffs. A primeira referência explícita ao Bulldog que se tem notícia foi feita em 1631 por um sujeito chamado Prestwich Eaton. Em uma carta para um tal George Willingham, solicita claramente "um bom mastiff e dois bons Bulldogs". Tem-se hoje como certo que o Bulldog foi aos poucos sendo selecionado dentre os mastiffs de menor porte e maior agilidade.
Outro possível ancestral do Bulldog é o alaunt. Esta raça foi descrita no livro Master of Game, do II Duque de York, em torno de 1410. Foram descritas três variedades: alaunt gentle, alaunt veutreres e alaunt of the butcheries, sendo realçada a aptidão para bullbaiting dos dois últimos. O primeiro se assemelhava a um grande grayhound. Acredita-se que tenha origem na China e tenha chegado à Europa junto com migrações de povos como os hunos e os álanos, no início da era cristã. Esta tese é reforçada por um livro chinês chamado Book of Odes, de 600 A.C. As descrições de duas raças neste livro (shan e shejo), tanto física quanto funcionalmente, são iguais às dos alaunt do Duque de York 2000 anos depois.
É possível que os mastins tenham tais cães como ancestrais. O que parece é que, sob a classificação de alaunt, estavam todos os cães de trabalho de então: os grandes cães de caça, os mastins e os Bulldogs.
O declínio do Bulldog
No início das lutas de cães, o Bulldog ainda era o cão mais utilizados pelos baiters. Não demorou muito para os organizadores das rinhas percebessem que, embora o pesado Bulldog, com seus 35-45kg, fosse um excelente combatente contra touros, um cão mais leve e ágil seria mais apropriado para as lutas de cães.
Pit Bull
Pit Bull

Para atingir este objetivo, o Bulldog foi cruzado com diversos tipos de "game terriers", daí resultando o bull-and-terrier (não confundir com o bull terrier), posteriormente denominado staffordshire bull terrier. Em 1866, no livro Researches into the History of the British Dog, o autor George Jesse escreveu: "O bull-and-terrier, por sua maior agilidade, superou o Bulldog nos combates no pit".
Muito tempo se passou até que o bull-and-terrier se tornasse razoavelmente homogêneo e reconhecível como uma nova raça. No início, não se cruzava um bull-and-terrier com outro bull-and-terrier, mas sempre um Bulldog com um terrier. Somente a partir de 1850 eles começaram a se homogeneizar.
Um dado interessante que explica a grande diversidade de características físicas desses cães é o segredo mantido pelos criadores do século XIX acerca de seus métodos de criação. Mesmo quando registrados em papel, o que era raro, os pedigrees não eram divulgados, por receio de que os rivais descobrissem o segredo do sucesso e pudessem replicá-lo.
Em todo caso, em meados do século XIX os bull-and-terrier já tinham adquirido todas as características apreciadas nos dias de hoje: capacidade atlética, gameness incomparável e temperamento afável.

O estabelecimento da raça na Inglaterra

Embora criado num passado recente e razoavelmente documentado, a origem do Pit Bull é um pouco nebulosa e está dividida, basicamente, em duas vertentes, ambas defendidas por autores de renome:
- O Pit Bull é exatamente o antigo Bulldog
Esta tese é suportada por autores como Richard Stratton e Diane Jessup. Para eles, não existe nenhuma característica no Pit Bull que justifique sua origem em um terrier. Embora possa ter ocorrido alguma introdução de sangue terrier no século passado, isso não foi de forma alguma significativo. O cão que é uma evolução do bull-and-terrier (cruzamento do Bulldog com game terriers) é o moderno bull terrier.
- O Pit Bull é o resultado do cruzamento do Bulldog com os game terriers
Carl Semencic e a vasta maioria dos dog men, como Dan Gibson e Bert Sorrells, defendem a tese de que o Pit Bull é realmente o aprimoramento do bull-and-terrier, ou half-and-half. A base que oferecem são pinturas de época, mostrando que tais cães são virtualmente idênticos ao Pit Bull tal como o conhecemos.
Esta segunda tese me parece mais lógica. Embora não seja a especialidade do Pit Bull ficar se enfiando em tocas, um observador mais atento perceberá que há muita semelhança entre o comportamento de terriers como o jack russel e o patterdale e dos pequenos Pit Bulls das linhagens ditas "de combate". A independência, a obstinação (muitas vezes considerada teimosia), a agressividade em relação a outros cães e a forma como pulam são atributos comuns a ambos.
Algumas fontes citam o extinto white terrier como o utilizado na obtenção do half-and-half, embora não hajam provas disso. O mais provável é que os ditos rateiros – terriers extremamente game utilizados em competições nas quais vencia o cão que matava o maior número de ratos num dado lapso de tempo – tenham sido os escolhidos.
O resultado da fixação do bull-and-terrier foi o cão que ainda hoje é conhecido como staffordshire bull terrier. Fotografias da segunda metade do século passado mostram claramente que era este o cão utilizado nas lutas de então na Inglaterra e que foi trazido para os Estados Unidos. Um exemplo documentado é uma fotografia de um famoso dog man inglês de então, Cockney Charles Lloyd, que trouxe vários cães da Inglaterra. Um desses cães, Pilot, aparece numa foto de 1881 e é claramente um staff bull. Pilot veio a ser um dos pilares da linhagem Colby, através do lendário Colby’s Pinscher.
As opiniões de Jessup e Stratton, porém, não devem ser desconsideradas. Observem a semelhança entre um Bulldog de 170 anos atrás e um Pit Bull de linhagens mais pesadas, como o Pit Canchin.
Pit Bull

A chegada na América

Como visto, os ancestrais imediatos do Pit Bull foram os pit fighting dogs importados da Irlanda e Inglaterra a partir de meados do século XIX.
Na América, a raça começou a divergir ligeiramente do que estava sendo produzido naqueles países de origem. Os cães não foram utilizados apenas para rinhas, mas também como catch dogs – presa de gado e porcos desgarrados – e como guardas da propriedade e da família. Daí começaram a ser selecionados cães de maior porte, mas esse ganho de peso não foi muito significativo até cerca de 20 anos atrás.
Pit Bull
Os cães irlandeses, os famosos Old Family Dogs, raramente pesavam acima de 12kg e cães de 7kg não eram raros. O anteriormente citado LLoyd’s Pilot pesava 12kg. No início do século, eram raros os cães acima de 23kg. De 1900 a 1975, houve um aumento pequeno e gradual no peso do Pit Bull, sem que houvesse perda de performance no pit.
Nas mãos dos criadores americanos, o Pit Bull se popularizou a ponto de ser símbolo dos Estados Unidos na 1ª Guerra Mundial. Homens como Louis Colby, cuja família mantém até hoje uma tradição de 109 anos, C.Z. Bennet, fundador do United Kennel Club (UKC) e Guy McCord, fundador da American Dog Breeders Association (ADBA), foram fundamentais na consolidação da raça.
Sua popularidade atingiu o auge na década de 30, quando o seriado infantil Little Rascals era estrelado por Pete, um Pit Bull: era o cachorro favorito de 10 entre 10 crianças americanas. Esta projeção levou finalmente o American Kennel Club (AKC), após anos de pressão a reconhecer o Pit Bull com o nome de staffordshire terrier, para diferenciá-lo dos cães voltados para rinhas. Este cão é hoje o american staffordshire terrier, tendo o "american" sido acrescido ao nome original em 1972 para evitar confusão com o staffordshire bull terrier.
Pit Bull
Mas agora, quando a vasta maioria dos APBT não é mais selecionada para a performance tradicional no pit (compreensível, já que o processo seletivo em si – o combate – é crime), o axioma americano "bigger is better" passou a valer para vários neófitos que se tornaram criadores, aproveitando a popularidade da raça nos anos 80.
Isto resultou num aumento vertiginoso no tamanho médio do Pit Bull, muitas vezes de forma desonesta, pelo cruzamento com raças como mastiff, mastim napolitano e dogue de bordeaux. Alguns autores, como Diane Jessup, sustentam que o american Bulldog nada mais é do que a fixação de linhagens maiores de Pit Bull.
Outra modificação, esta menos visível, que vem sendo introduzida desde o século XIX são os estilos de luta geneticamente programados (tais como especialistas em orelhas, patas e focinho), função do nível de competitividade que as lutas atingiram.
A despeito de tais modificações, a raça tem mantido uma notável continuidade por cerca de 150 anos. Pinturas e fotos do século passado mostram cães idênticos aos dos dias de hoje. Embora pequenas diferenças possam existir entre algumas linhagens, no geral temos uma raça que, ao contrário de muitas outras ditas "reconhecidas", está consolidada há mais de um século.